Pacientes da maternidade do Hospital da Vila, em São José dos Campos, relataram condições insalubres dentro da unidade devido à falta de ventilação e ao calor intenso, que atingiu 35°C na cidade nos últimos dias. Além do desconforto térmico, também há reclamações sobre a presença de mosquitos e pombos no local.
“A gente já tinha ouvido falar que aqui a temperatura subia muito em dias quentes, mas não tínhamos noção de quanto. Durante os primeiros dias, dividimos o quarto com outro casal, que trouxe um ventilador escondido”, relatou um pai, que ficou na unidade com a esposa após o parto.
Outro paciente mencionou dificuldades no pós-parto devido ao calor: “Minha esposa tem pressão baixa e nesses dias quentes ela está ficando ainda pior. Ela se sente fraca, às vezes não consegue nem ficar sentada na maca, e amamentar tem sido muito difícil”.
Outros pacientes relataram que não podem levar ventiladores particularespara amenizar o calor, pois a administração da unidade proíbe o uso do equipamento, justificando que poderia trazer riscos à saúde dos bebês, como infecções. “As crianças sentem mais calor que a gente. Elas não podem tomar banho com água fria, só morna ou quente, o que prejudica ainda mais. Meu filho chegou a ficar febril, mesmo estando só de fralda”, contou um pai.
Sobre a presença de mosquitos na maternidade, uma paciente desabafou: “A gente teve que trazer um repelente de tomada, senão não dava para sobreviver. Um hospital não pode ter essa situação”.
Diante das denúncias, a Prefeitura de São José dos Campos se manifestou, afirmando que o Hospital Municipal faz o possível para melhorar a ventilação e amenizar os efeitos do calor intenso. A gestão informou que já está em andamento um projeto para ampliar a capacidade energética da unidade, permitindo a instalação de ar-condicionado em todas as alas, além da entrega de uma nova ala com 36 leitos climatizados.
Enquanto as mudanças estruturais não são concluídas, a Prefeitura destacou que instalou climatizadores em todas as recepções para aliviar o calor.
Quanto às reclamações sobre a incidência de pombos e mosquitos, a administração municipal alegou que a equipe de limpeza mantém o local organizado, mas que as altas temperaturas exigem que portas e janelas fiquem abertas para ventilação, o que favorece a entrada dos animais. Para solucionar o problema, a Prefeitura anunciou que serão instaladas telas para proteger a área do jardim.
Apesar das promessas, não há um prazo definido para a conclusão das melhorias. A situação tem gerado revolta entre os pacientes, que cobram medidas mais rápidas. “Qualquer outro hospital tem ar-condicionado ou ao menos um sistema de ventilação decente na maternidade. Mas, como aqui é público, ficamos nesse sofrimento. Isso é desumano”, criticou um paciente.
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