A massa salarial e outros benefícios e direitos dos metalúrgicos levaram à injeção de R$ 4,5 bilhões na economia de São José dos Campos e região, em 2024. O valor representa um aumento de 61,85% em relação ao ano passado, segundo cálculo realizado pelo Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos).
Fruto de muita luta, as conquistas abrangem reajuste salarial, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), vale-alimentação e processos judiciais. Somente o 13º salário representou R$ 245 milhões; em PLR, os trabalhadores receberam até R$ 185 milhões. Na Campanha Salarial, os reajustes somaram R$ 598 milhões, além de R$ 4,9 milhões em abono.
As conquistas sustentam-se principalmente na tradição de luta e organização da categoria. Organizados pelo Sindicato, que trava uma permanente batalha ideológica contra os patrões, os metalúrgicos têm de recorrer à luta para conseguir mais do que as empresas tentam empurrar.
“Essas conquistas são importantes, claro, mas a vida continua difícil para os trabalhadores. Os valores poderiam ser maiores, afinal é a classe trabalhadora que gera a riqueza do país e do mundo, mas fica com uma pequena parte do dinheiro gerado, que vai para os bolsos dos patrões e acionistas. A vida poderia ser muito melhor se a gente não vivesse neste sistema capitalista, onde o que prevalece é o lucro”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Mobilizações
Este ano, aconteceram importantes mobilizações. Na General Motors, os trabalhadores conquistaram R$ 19 mil de PLR e 100% de reajuste do vale-alimentação, que foi para R$ 800 mensais.
Nos últimos dois anos, a categoria metalúrgica jogou peso na luta pela implantação ou aumento do vale-alimentação. Ao fim de 2024, o montante do benefício chegou a R$ 77 milhões. O valor representou um aumento de 12,58% em relação a 2023. Ao todo, 22.495 metalúrgicos recebem vale-alimentação.
“Nossa luta é para que todos recebam esse benefício, mas não apenas isso. É preciso muito mais do que alimento. Nossa categoria tem um papel fundamental no desenvolvimento e na economia da região, por isso a luta principal é por aumento de salário”, conclui Weller.
A categoria metalúrgica é composta por 33.588 trabalhadores de aproximadamente mil fábricas de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá.
Processos judiciais
O Sindicato mantém um departamento jurídico voltado exclusivamente para atender os trabalhadores, em ações individuais e coletivas. Este ano, os metalúrgicos receberam um total de R$ 40 milhões, como resultado de vitórias obtidas pelo Sindicato nos tribunais.
Neste ano, o Sindicato também celebrou um acordo histórico para os eletricistas da GM, em uma das maiores ações trabalhistas do país, no valor de R$ 195 milhões a serem recebidos no primeiro trimestre de 2025.
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