O 1º FÉstival programado para acontecer na cidade de 11 a 14 de setembro, no Teatro Ariano Suassuna, está gerando protestos por parte de setores da cultura em Jacareí. Apresentada pela Fundação Cultural como um 'evento inédito que unirá fé cristã, música, arte e convivência em um único espaço', a iniciativa mobilizou setores contrários que organizam um abaixo-assinado na internet para tentar impedir a sua realização. O Conselho Municipal de Políticas Culturais estuda entrar com uma ação na Justiça, hipótese que seria discutida na noite desta segunda-feira (8) durante uma reunião virtual.
O manifesto reclama ainda que artistas locais enfrentam cortes em oficinas culturais, dificuldade de acesso a espaços públicos, falta de apoio e invisibilidade de seus trabalhos. "Já vimos verbas públicas serem direcionadas a eventos privados, como a ExpoAgro, enquanto a produção cultural da cidade segue negligenciada", afirma. "Ceder este espaço a um festival de caráter religioso, sem transparência sobre recursos, critérios e participação, aprofunda ainda mais essa exclusão", continua.
OUTRO LADO
Em texto encaminhado a veículos de comunicação na última semana para divulgar o evento, a Fundação Cultural de Jacarehy afirma que a iniciativa tem como objetivo valorizar expressões artísticas que 'têm na fé sua principal inspiração', abrindo espaço para diferentes vozes, estilos e tradições. As inscrições se encerraram no último dia 7. A FCJ ainda não divulgou o total de participantes e quanto estima gastar com a realização.
Ainda de acordo com a autarquia, as atividades da programação devem incluir apresentações musicais, teatro, dança, exposições de arte, workshops e palestras que prometem enriquecer a experiência cultural e fortalecer laços comunitários e conexões.
"Seguimos trabalhando em prol da valorização das tradições religiosas e da preservação da nossa história", afirmou a presidente da Fundação Cultural de Jacarehy, Juliane Guedes.