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Terça-feira, 18 de Marco de 2025
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Câncer de mama também afeta homens: Saiba identificar os sinais

As causas de câncer de mama em homens podem estar atreladas a herança familiar.

Câncer de mama também afeta homens: Saiba identificar os sinais
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a
desinformação leva os homens a postergarem o diagnóstico precoce da
doença, o que aumenta os riscos de morte.

Com a participação de importantes entidades médicas, entre elas a
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Outubro Rosa demonstrou,
como em anos anteriores, efetividade sobre informações e ações
preventivas para o câncer de mama, doença que deve chegar a 74 mil
novos casos no Brasil até 2025, de acordo com estimativa do Instituto
Nacional de Câncer (Inca). Este tipo de neoplasia maligna, no entanto,
também afeta a população masculina, que durante todo o mês será
alcançada pela campanha Novembro Azul para prevenção do câncer de
próstata. “Apesar de ocorrer na proporção de um caso masculino para
cada cem casos de câncer de mama, a doença é realidade entre os
homens”, afirma a mastologista Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos,
secretária-adjunta da SBM. Em ambos os casos, ressalta a especialista,
a desinformação leva os pacientes a postergarem os cuidados com a
saúde, impossibilitando o diagnóstico precoce da doença, o que reduz as chances de cura.

Na visão da médica Annamaria Massahud, o Novembro Azul é uma
oportunidade para a abordagem integral sobre a saúde masculina, visando
despertar o interesse desta população para cuidados e prevenções
não apenas do câncer de próstata. Para a especialista, também é
importante que a comunidade científica se mobilize por mais pesquisas
sobre o tema.

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No San Antonio Breast Cancer Symposium, maior evento científico mundial
que reúne na cidade de San Antonio, no Texas (EUA), médicos e
pesquisadores dedicados a aprimorar o diagnóstico e o tratamento do
câncer de mama, um estudo alcançou visibilidade internacional,
avaliando disparidades raciais e étnicas em resultados de sobrevida
global entre pacientes do sexo masculino com câncer de mama. A pesquisa
de Jason (Jincong) Q. Freeman, estudante de doutorado no Departamento de
Ciências da Saúde Pública da Universidade de Chicago, revelou que
pacientes negros apresentam piores resultados de sobrevida em
comparação com homens brancos. Para o autor, estudar os impactos sobre
as populações, ampliar o diagnóstico e melhorar a saúde de homens
com câncer de mama é fundamental.

O câncer de mama pode se espalhar para outras áreas próximas no
tórax e também para outros órgãos, ocasionando metástase. “No
homem, os sintomas mais comuns são nódulo ou endurecimento de parte da
mama, geralmente sem dor, mamilo retraído, mas pode aparecer como dor
em determinada área da mama, que pode ser ou não acompanhada de
inflamação local, pele enrugada, ondulada, retraída ou avermelhada,
saída de sangue ou líquido pelo mamilo, entre outros”, destaca a
mastologista da SBM.

As causas de câncer de mama em homens podem estar atreladas a herança
familiar. Nestes casos, o homem com mutação no gene BRCA 2 tem cerca
de 4% de chance para desenvolver a doença. “Este defeito no gene reduz
a capacidade de fazer reparos genéticos, causando a proliferação de
células alteradas que podem levar ao surgimento do câncer tanto na
mama quanto na próstata”, pontua.

A síndrome de Klinefelter é outro fator. Trata-se de uma alteração
genética que ocorre em pessoas sem tendência familiar. “Quem nasce com
essa síndrome tem de 20 a 60 vezes mais chances de desenvolver o
câncer de mama do que outro homem, porém esse risco é menor do que o
desenvolvimento de câncer de mama nas mulheres em geral”, observa
Annamaria.

Além destes fatores de risco, também constituem causas de câncer no
homem a idade avançada, o uso de hormônio feminino (estrogênio), a
exposição à radiação, as doenças do fígado, do testículo, a alta
ingestão de álcool e a obesidade.

Diferentemente das mulheres, os homens não precisam fazer exames
regulares de mamografia. Porém é necessário que procurem um
mastologista em casos de alterações na mama. O diagnóstico do câncer
de mama masculino é realizado a partir de exame clínico das mamas, do
exame de imagem (mamografia e/ou ultrassom) e da biópsia da lesão.

O diagnóstico do câncer de mama entre os homens é feito em idade
média de cinco a dez anos superior ao realizado nas mulheres. Por esta
razão, ressalta a mastologista, a doença quase sempre é diagnosticada
em estágio mais avançado. “Desta forma, o câncer acomete homens mais
velhos e com a doença mais adiantada, portanto, com menor chance de
cura. Por outro lado, se for descoberta em fase inicial, a possibilidade
de cura é praticamente a mesma se comparada com as mulheres.”

Assim como nas mulheres, o câncer de mama em homens é tratado
cirurgicamente. Na maioria dos casos se faz necessária a retirada da
mama (mastectomia), que pode ou não ser seguida de radioterapia. O
tratamento do câncer pode implicar ainda na necessidade de tratamentos
sistêmicos: quimioterapia, hormonioterapia, “já que em 90% dos casos
há receptor de hormônio estrogênio presente na lesão”, mas também
podem ser usadas terapias alvo e imunoterapia.

Transgêneros

Pesquisas que investigam o risco de câncer de mama em indivíduos
transgêneros ainda são escassas, ressalta a mastologista da SBM. No
entanto, há peculiaridades que devem ser observadas nos processos de
redesignação sexual. “A mulher transgênero, que passa pelo processo
de hormonioterapia, para obtenção da mama e contorno corporal com
aspecto feminino, se submete a grandes doses de hormônios sexuais
cruzados”, observa. Segundo Annamaria, o uso de hormônios por longos
períodos tem potencial para aumentar as chances das células se
multiplicarem exageradamente e/ou de forma descontrolada e adquirirem
características anormais. “Esta evidência, aliada ao fato de que
muitas pessoas que procuram por tratamento hormonal nem sempre o fazem
com acompanhamento especializado, alerta para a gravidade do avanço da
doença em mulheres transexuais, provavelmente devido ao efeito
potencial dos hormônios. Mas o risco absoluto é baixo e não é tão
alto quanto na população feminina em geral”, completa.

Nos homens trans, as cirurgias de mama (mastectomia ou toracoplastia) de
feminino para masculino são realizadas para remover o tecido
fibroglandular mamário e masculinizar o tórax de uma pessoa transexual
ou de uma trans-masculina não binária. “Em geral se recomenda que os
homens transexuais (sem mutação que aumente o risco de câncer) que
não tenham realizado mastectomia (ou que tenham sido submetidos apenas
à redução das mamas) sigam as mesmas diretrizes para a mamografia que
as mulheres cisgênero a partir dos 40 anos, independentemente do
tratamento hormonal.”

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) faz duas recomendações aos
homens. “A primeira é que procurem o médico mastologista, em caso de
alterações na mama. A segunda é que sempre informem em uma consulta
médica a existência de casos anteriores de câncer de mama em sua
família, especialmente se acometeram outros homens”, conclui Annamaria
Massahud Rodrigues dos Santos.

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